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domingo, 9 de dezembro de 2012

LITTLE WORDS: “Sua Majestade, a Rainha”




Quantos de vocês acordaram hoje, pensando ser esse um dia normal, como qualquer outro? Para alguns, decerto, o dia de hoje não é diferente do que foi ontem ou anteontem, mas, para aqueles que acompanham a carreira de uma jovem nova-iorquina há, mais ou menos, quatro anos, hoje não é apenas uma data simbólica, um dia escolhido para representar, é a confirmação de que escolhemos a pessoa certa pela qual torcer, admirar, entregar-se,ser refém da sua músicada sua arte.
É o reconhecimento do talento e da competênciadaquela que foi excluída dos círculos sociais do colégio, que foi menosprezada por “amigos”, desacreditada pelos professores, porém que não deixou de acreditar em si mesma e que, através dos seus próprios esforços, conseguiu mostrar o mundo que o diferente também é bonito e merece ser valorizado.
A princípio, acreditei que isso não iria à frente, afinal, foi apenas uma data escolhida pelo Madame Tussauds em comemoração às primeiras oito estátuas da GaGa que o museu recebeu. No entanto, quando o relógio marcou meia-noite, a quantidade de SMSs que recebi, desejando-me felicitações por esse dia, fizeram com que eu entendesse que a data não havia sido esquecida por quem para ela, verdadeiramente, importa. É para nós, Little Monsters, que ela tem significado, porque ninguém além de nós sabe pelo que passamos por acreditar nessa mulher.
Quantas vezes fomos insultadosrotulados e, tal como ela, menosprezados, em quantas brigas nos metemos para defender alguém que, apesar de nunca ter trocado meia palavra conosco, ter sorrido para nós ou tocado na gente, nutre um amor profundo por cada um de seus ‘filhos’ e demonstra isso, seja nas letras de suas músicas, no trato com os fãs, no carinho expressado em cada palavra dita por ela e que transborda de paixão por quem a criou. Nós não somos crias de Lady GaGa, ela que é cria nossa.
O que achei mais interessante foi que pensei que apenas fãs de outros artistas, aqueles com os quais alguns “fãs” da GaGa possuem desavenças incabíveis e infundadas (já que a mensagem difundida pela Mother vai de encontro a todas essas farpas) seriam os únicos acontradizeremcontestaremquestionarem a autenticidade ou o valor dessa data. Estava completamente enganado. O que vi, observando as redes sociais, é que próprios ‘fãs’ de Lady GaGa – movidos por uma necessidade, talvez, de movimentarem suas páginas pessoais – têm feito chacota da data, pouco caso, transformado-a em motivo de galhofa.
E a única coisa que consigo sentir por eles é vergonha – sabe aquela vergonha alheia…? Agindo dessa forma, demonstram o quanto são ingratos. Esquecem-se que, antes de Lady GaGa, não eram a metade do que são hoje. Viviam escondidos, tinham vergonha do que eram, preferiam mentir, fingir suas verdades com medo do que os outros poderiam pensar e dizer.
Mas, agora que estão salvos, libertos, que vivem – apesar de ainda existir uma clausura gigantesca – num lugar onde as diferenças passam a ser vistas com melhores olhos, fingem que foram sempre assim, descolados, desbocados, livres como seus cabelos. Movendo gracinhas contra essa data, esses fãs só arrotam a falta de gratidão que, de certo modo, é mesmo típica de alguns, os mesmos que são arrogantes, que não são humildes, que se acreditam os melhores, os mesmos que movem desavenças contras outras fã-bases.
À outra parcela de fãs da GaGa, os Little Monsters, resta a gratidão e a gana de defender o simbolismo dessa data com garras e dentes.
Não preciso e nem quero falar por todos. Falo apenas por mim que, depois de entender a mensagem de liberdade pregada por Lady GaGa, enfrentei um pai conservador, ameaças de morte, uma mãe que se preocupava em manter as aparências e uma parte evangélica da família paradefender a minha felicidade, para defender o que sou como ser-humano e que não pode mudar, que não me envergonha e que, por causa de Lady GaGa, só me tornou mais fortemais bravo e destemido.
Ainda não sendo essa data, de fato, oficial, registrada, protocolada, elevada a outros patamares, para mim, continuará figurando como a data da minha Rainha, a data que vai reforçar e me lembrar do quanto ainda tenho para caminhar e conquistar nessemundo torto e de valores invertidosonde amor é visto com repúdioÀ Mother, o meu muito, muito obrigado por me ter feito corajoso. Aos que, assim como eu, acreditam nessa data:
Feliz Dia Internacional da Lady GaGa!
Essa coluna foi escrita por Tiago Santos (@Tiago_SantosF), exclusivamente para o Lady Gaga Brasil.

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